sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

1 - Uma viagem inesquecivel

Aqui você vai ver um relato resumido da minha viagem de moto pelo Brasil, Chile, Argentina e Uruguai, pela Carretera Austral chegando em Ushuaia. Vou procurar detalhar os preparativos, desde a escolha e compra da moto, até a volta no dia 28 de janeiro de 2016.


Fui movido a escrever sobre essa viagem basicamente por três motivos: me ajudar a guardar na memória essa aventura, mostrar para minha família e amigos e também como meio de consulta de outras pessoas interessadas em aventuras como essa, tentando tirar um pouco do desconhecido que gera tanta ansiedade quando nos preparamos para uma aventura desta magnitude. Posso adiantar que fiz um estudo de viagens de outras pessoas e que isso me ajudou muito a me preparar e escolher os lugares que iria visitar, mas no quesito ansiedade não resolveu muito. Na véspera da saída, a ansiedade estava em alta e só diminuiu quando a viagem começou.


Luiz Barros






quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

2 - Compra da Moto

Comprei minha moto em 30 de Julho de 2015, na verdade a ganhei da minha esposa,  já com o propósito de fazer uma grande viagem mas ainda não havia decidido que viagem seria esta.

Na época a escolha era entre BMW 1200 e Triumph 1200, andei nas duas e apesar de toda tecnologia embutida na BMW, gostei mais da ciclistica da Triumph, minha escola sempre foi offroad, faço trilha de moto regularmente a mais de 20 anos e a maleabilidade da moto a meu ver seria muito importante.
Gostei muito do torque e da maneabilidade da Triumph.

Junto a isso a diferença de mais de R$ 20.000,00 na época facilitou minha descisão de adquirir a Triumph.

Antes eu tinha tido uma F800GS com a qual fiz uma viagem para Alter do Chão, moto muito boa mas queria um motor maior e mais conforto e velocidade para a próxima viagem.




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

3 - A Ideia da viagem

Em setembro fiz uma viagem com moto de trilha, no caso uma YAMAHA WR 450F de Natal até Fortaleza com uma turma de amigos. Foi um espetáculo de viagem, nesta viagem estavam alguns amigos que estavam programando para dezembro/janeiro uma viagem com Big Trail até Ushuaia.

Quando voltei desta viagem, comecei a me movimentar para ver se haveria a possibilidade de acompanha-los nesta viagem. Como o que nos move é nossa determinação, e eu já tinha o principal que era a moto, comprada com o intuito de realizar uma aventura destas, comecei a me programar.

O mais difícil de se conseguir seria a aprovação da minha esposa Magda para que eu me ausentasse por 30 dias de casa para ficar me divertindo sozinho. Sempre fizemos os grandes programas juntos. A maior viagem que eu já havia feito sozinho havia sido uma pelo Peru, Bolívia, Chile e Argentina que tinha durado 23 dias.

Assim que falei para ela da minha vontade de me juntar a esse grupo de amigos para esta viagem, a primeira resposta foi um retumbante NÃO. Estávamos saindo para ir ao cinema, fiquei pensando em uma forma de convence-la de permitir minha ida e então veio a brilhante idéia de convence-la. A chamei para me acompanhar em parte da viagem.

Como ela nunca havia feito uma viagem longa de moto, fiquei receoso que ela pudesse não gostar da viagem pois teria um deslocamento grande de 4000 km na ida e 6000 na volta, propus que ela fosse de avião até a parte bonita da viagem e voltasse de Ushuaia de avião.

Com essa estratégia ela concordou e quando chegamos em casa do cinema já compramos a passagem de avião para ela. Desta forma se concretizou a minha ida, o resto seriam detalhes fáceis de resolver.









terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

4 - O Trajeto

Esta parte da escolha do trajeto foi a mais fácil pois como a turma que eu iria acompanhar já estava programando a viagem há algum tempo, me passaram o trajeto pronto com a programação de dormidas já prontas.

Comecei a pesquisar o trajeto com relatos de outras pessoas que já fizeram esta viagem, a propósito, existem na internet dezenas de viagens relatadas, algumas com bastante detalhe. Esta pesquisa me ajudou a conhecer um pouco melhor os pontos por onde passaria e me criou o desejo de alterar um pouco as distâncias percorridas diáriamente e os locais de dormir.

Uma preocupação que tive foi com os hoteis, nos relatos mais recentes alguns viajantes estavam tendo problemas de encontrar hoteis nas cidades. Este roteiro tem sido cada vez mais explorado pelos aventureiros de moto e carro e a estrutura hoteleira ainda está em crescimento.

Neste ponto surgiu um problema, dependendo do nosso ritmo, do tipo de terreno que iríamos percorrer e do horário que sairíamos no dia, os locais a serem visitados, as distâncias a serem percorridas poderiam variar, portanto a cidade que dormiríamos nem sempre poderia ser definida com antecedência.

Nossos amigos que programaram a viagem, reservaram todos os hoteis da viagem com antecedência, para mim isto seria um erro pois engessaria muito o roteiro.

Decidi fazer de outra forma, reservei alguns principais hoteis e deixei em aberto a maioria. Na véspera quando possível reservaria o próximo hotel e quando tivesse dúvida de qual cidade eu dormiria, eu correria o risco e procuraria o hotel quando chegasse.

Inicialmente eu iria me separar da Turma dia 01/01/2016 e seguiria 1 dia a frente de todos até Punta Arenas mas como a Magda chegaria em Neuquen dia 29 e a turma somente chegaria dia 30, resolvi me separar de todos em Rosário e fazer em 1 dia o que eles iriam fazer em 2.

Isto foi ótimo pois desta forma ficaria 2 dias na frente de todos e poderia mudar o roteiro um pouco e visitar os locais que eles não visitariam.

O Roteiro programado ficou desta forma: (após Ushuaia foi completamente alterado)

dia  data km saida chegada
1 26/12/2015 988 Brasilia Presidente Prudente
2 27/12/2015 893 Presidente Prudente Posadas
3 28/12/2015 957 Posadas Rosário
4 29/12/2015 1157 Rosário Neuquen
5 30/12/2015 491 Neuquen Pucon
6 31/12/2015 504 Pucon Bariloche
7 01/01/2016 352 Bariloche Futalefu
8 02/01/2016 173 Futalefu Coyhaique
9 03/01/2016 242 Coyhaique Puerto Bertrand
10 04/01/2016 278 Puerto Bertrand Bajo Caracoles
11 05/01/2016
Bajo Caracoles El Chalten
12 06/01/2016 293 El Chalten
13 07/01/2016 214 El ChaltenEl Calafate
14 08/01/2016 El Calafate
15 09/01/2016 329 El Calafate Paine
16 10/01/2016 Paine
17 11/01/2016 329 Paine Punta Arenas
18 12/01/2016 506 Punta Arenas Ushuaia
19 13/01/2016 Ushuaia
20 14/01/2016 557 Ushuaia Rio Grande
21 15/01/2016 784 Rio Grande Rio Gallegos
22 16/01/2016 1102 Rio Gallegos Fitz Roy
23 17/01/2016 693 Fitz RoyComodoro Rivadavia
24 18/01/2016 650 Comodoro Rivadavia Puerto Pyramid
25 19/01/2016 597 Puerto Pyramid Rio Colorado
26 20/01/2016 540 Rio Colorado Buenos Aires
27 21/01/2016 573 Buenos Aires
28 22/01/2016 712 Buenos Aires Chui
Total 14387

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

5 - Os Preparativos

Sempre ficamos apreensivos em o que levar e o que não levar para uma viagem, agora para uma viagem de moto, com garupa a preocupação era dobrada pois o espaço disponível para levar bagagem seria muito reduzido se comparado ao espaço que temos em quase qualquer outro tipo de viagem, digo isso porque viajar de bicicleta é ainda pior.

Como eu e a Magda já fizemos 3 grandes viagens de bicicleta, aprendemos a levar o mínimo indispensável e necessário para uma viagem dessas, isso não seria um grande problema.

O que teríamos que fazer era lavar diariamente a roupa utilizada para no dia seguinte estar com tudo limpo, quando não houvesse disposição para a lavanderia, que geralmente era feita no próprio quarto, teriamos que ter pelo menos 3 mudas de roupas para viagem.

Um complicador era o local para aonde estávamos indo, poderíamos pegar de temperaturas negativas a até 40 graus, portanto necessitaríamos de roupa de frio e isso gasta muito espaço.

Outra questão a ser considerada seria as ferramentas para eventuais consertos na moto. Não adiantaria levar uma oficina completa pois faltaria conhecimento e peças para reparos mais complicados, portanto me concentrei no básico que eu conseguiria resolver.

De ferramentas levei basicamente o necessário para arrumar pneus e trocar as pastilhas de freio.

Minha experiência em mais de 20 anos nas trilhas tinham me ensinado a trocar pneus, alias os pneus eram minha maior preocupação.

Antes de sair tirei as duas rodas da moto, as pastilhas  e tirei os pneus dos aros. As ferramentas que utilizei em casa foram as ferramentas que levei para a viagem. Eram os únicos problemas que eu conseguiria resolver caso tivesse algum problema.

Os Pneus da moto eram sem câmera mas em uma emergencia como um pneu rasgado, seria possível colocar uma câmera de ar e rodar com a moto até uma solução definitiva. Então levei o seguinte:
- 1 Camera de ar dianteira (que em emergência me tiraria do sufoco até na roda trazeira)
- Jogo de espátulas para desmontar os pneus
- ferramentas para tirar as rodas e trocar as pastilhas de freio
- 2 jogos de pastilha de freio trazeira
- 1 jogo de pastilha de freio dianteira
- Mini compressor
- 1 rolo de silver tape
- algumas braçadeiras de nylon

A moto já vinha preparada com rodas raiadas, melhores para uso offroad e estradas ruins, protetor de motor de alumínio e farois de milha, de modo que não acrescentei nada a mais.

Já possuia as malas laterais e traseira TRAX da SW-Motech, tive que comprar apenas o suporte para colocar as malas na minha nova moto.

Na véspera, 1 semana antes da viagem, comprei outra mala trazeira da GIVI de 58 litros pois era praticamente o dobro da que eu possuia e ainda caberia 2 capacetes com folga.

Comprei um GPS modelo Montana e coloquei toda a programação da viagem.

Antes desta viagem fiz uma viagem com a Magda para ver se ela aguentaria uma viagem grande, fomos para São Paulo para ver o salão duas rodas, no hotel que ficamos em São Paulo, conhecemos um casal que estava viajando de moto e nos mostraram um assento de ar para colocar no banco que melhoraria muito o conforto. Adquiri 2 assentos Air Hawk II e eles se mostraram  como a melhor aquisição pois nos deu um conforto extraordinário para esta viagem.

A última providência a ser tomada foi fazer uma revisão na moto para não ter que se preocupar com isto durante a viagem. A Triumph tem intervalos para revisão de 16.000 Km, embora a moto estivesse com apenas 7.500 km, antgecipei a revisão.

Agora estava tudo pronto para iniciar a viagem.